Iguais às linhas perpendiculares Caíram, como cruéis e hórridas hastas, Nas suas 33 vértebras gastas Quase todas as pedras tumulares! A frialdade dos círculos polares, Em sucessivas atuações nefastas, Penetrara-lhe os próprios neuroplastas, Estragara-lhe os centros medulares! Como quem quebra o objeto mais querido E começa a apanhar piedosamente Todas as microscópicas partículas, Ele hoje vê que, após tudo perdido, Só lhe restam agora o último dente E a armação funerária das clavículas! Entre o gozo que aspiro, e o sofrimento De minha mocidade, experimento O mais profundo e abalador atrito... Queimam-me o peito cáusticos de fogo Esta ânsia de absoluto desafogo Abrange todo o circulo infinito. Na insaciedade desse gozo falho Busco no desespero do trabalho, Sem um domingo ao menos de repouso, Fazer parar a máquina do instinto, Mas, quanto mais me desespero, sinto A insaciabilidade desse gozo!