Era um preto, era um pobre E o morro Onde a paz não tem passagem Pra descançar Era a vida caindo E o troco de quem cobrava E o pouco De quem não tem pra dar E a cruz que protege E o olho De quem não vê o medo De poder trabalhar Vida que vale pouco Ou nada No fio da navalha Que fere e pode matar E esse pivete não tem pipa Também não tem saída Nem pra onde chegar Rota da vida Seu futuro é ter que pular o muro Pra poder respirar E a cruz que protege E o olho de quem não vê o medo De poder trabalhar Vida que vale pouco Ou nada No fio da navalha Que fere e pode matar Vida ferina, prece a rogar Faz oferenda, joga no mar Vida contida, quem tem pra dar Outro caminho, outro lugar