Ele chegou devagar, quando era escuro Calou seu pisar, e não fez barulho Pela porta dos fundos, e no meu lado Num sono profundo, se pôs a dormir Logo entrou nos meus sonhos, me pediu desculpas E disse sem jeito, que não teve culpa Mas tinha o direito, de quere tentar De morrer de lutar, pela causa justa Foi quando dei com seu rosto, sujo de sangue Uma dor em meu peito, tão sufocante O seu corpo surrado, então beijei Quando interrompe o instante, minha agonia Um sorriso em seus lábios, de alegria Sua voz tão suave, não escutei Não foi de fome, nem foi de sede Preso nas malhas, fundo da rede Foi acusado, de fazer mal Querer a morte, pelo ideal Não era sonho, nem ilusão Meu homem forte, dou-te o perdão Amou o mundo, mas foi ao chão Deixou comigo, seu coração