Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Contando os dormentes onde assentam os trilhos Carril de ferro em que passa o trem No passo das trocas os dois lados da fronteira Mas chê de Deus que vai e vem Eu trago chibo de Libres, unas cositas miúdas Fidel, sabão, remolacha e alguns mijado nas curtas No chisme a tal da atochada, se a Guarda vier me prender Num chamamé embolsado, num bolichão do Buraco e sei lá o quê Mas chê, vou te dizê! Uruguai rastejante, cobra d’água gigante Corpo de fio flutuante querendo a boca do mar Uruguai costureiro cosendo fronteiras Suturando pelas beiras querendo irmanar Uruguai barrento, sinuoso, sangrento Cantando um lamento sem mata ciliar Uruguai resvaloso, do limo da pedra e do lodo Que grita socorro e não quer se entregar Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Na ponte de Uruguaiana, o rastro dos meus amigos Contando os dormentes onde assentam os trilhos Carril de ferro em que passa o trem No passo das trocas os dois lados da fronteira Mas chê de Deus que vai e vem Eu trago chibo de Libres, unas cositas miúdas Fidel, sabão, remolacha e alguns mijado nas curtas No chisme a tal da atochada, se a Guarda vier me prender Num chamamé embolsado, num bolichão do Buraco e sei lá o quê Mas chê, vou te dizê! Saudade da minha infância, do Loló e do Copelo Das bolitas do Tio Sadi, dos bicos de caramelo Saudade da minha querência, do bolicho do Dorval Da mortadela com queijo, na gajetita com sal Saudade da Itaoca, dos cavalos no potreiro De escutar a hora de sesta atirado nos pelegos Saudades de Uruguaiana, das chalanas no Uruguai Do colo doce da minha Mãe, do beijo terno do meu Pai Saudade da conga azul, dos meus puaços de peão Do Leandro e do Gabriel, saudade dos meus irmãos