Quando descanso da lida Meus sonhos eu cabresteio E escuto as notas de anseio No canto que o vento entoa (O baio que me carrega Nem sei por onde se mete Por vezes me leva ao brete Por outras meu flete voa) (Quando descanso da lida Percorro o ego em segundo Nos campos de um outro mundo Que desconhece aramados E os cascos da fantasia Pisoteiam ventanias Num galopear sem destino Desses meus fletes alados) Galope chama galope Os fletes pedem mais fletes E a penca fora do brete Nos ares já se dispersa (Voando sobre as estrofes Limites não me conhece O mundo é vasto e mais cresce Nas sesmarias do verso) A rédea longe dos dedos Nesse entrevero de medos Me trás entonos segredos Teu nome bombeando os ventos (A mão se perde em lembranças O coração atropela E o poema então dispara Sem respeitar as cancelas)