As moças dessa fazenda Não se amorenam na praia Mas quando o dia desvenda As frestas das samambaias Joana se expõe entre rendas Cecília em véus de cambraia Se o sol aos corpos se emenda Noite de mimo e gandaia Os moços desse roçado Se amorenam sem notar Porém, de sábado em sábado Se há tempo pra namorar Deslizam mãos oportunas Roçando em peles morenas Quase pétalas noturnas Petúnias, não açucenas As moças de outras fazendas Não querem se amorenar Mas quando escutam as lendas De amores que ardem no mar Por mais que o campo se estenda Na areia é que vão deitar Se houver amor que as acenda Inteiras vão se queimar