Olha o verão no milharal Lá na colônia olha o verão Nessa estação a cerração descansa É o que vingou tanto trabalho Do espantalho é o que vingou A luz do Sul inda na serra há esperança O amanhã é um mundo estranho Não tem memória o amanhã Onde as estórias desbotam sem cor Cada plantio, o sol e o frio Sempre existiu cada plantio Assiste a abelha na magia da flor Homem, terra, sol e primavera Parte do céu anda no chão As casas alvas arribando almas Estão na mesa o vinho e o pão A primavera além das flores Lá no arrebol a primavera É um florescer de tanto ouvir cidades O sol refaz a sombra dos quintais O som primaz o sol refaz Os roseirais perdidos na saudade É como um trem que vai, que vem Que vai, que vem, se vai o trem E na janela vai alguém ou vem vindo A fumaça inventa a nuvem A sombra surge e logo passa Tem mais que a idade é preciso ter vivido Homem, terra, sol e primavera Parte do céu anda no chão As casas alvas arribando almas Estão na mesa o vinho e o pão