Levo a estância que quero guardada nos olhos Encontro o mundo ao meu gosto no agosto que for Pois tenho a alma agarrada no abraço com o pinho Amigo que abranda saudades de campo e de flor Basta fechar os meus olhos que estendo a mirada Na várzea entaipada e serena até a beira do rio E ao tranco de algum pingo bueno do meu universo Reponto uma tropa de versos mangueada a assovios Guardo a estância que quero no fundo dos olhos E a alma me cobra a visita junto ao coração Querência perdida no tempo, que busco ao meu modo Que encontro se tenho no colo o meu violão Reviso na calma das horas o que me convém No largo dos campos floridos semeio esperas Imerso na vida que invento, no sonho mais terno De transcender os invernos pra colher primaveras Com o pinho nos braços me vou mundo afora Tinindo as esporas, campeando as minhas fontes E o vento que chega de longe é quem dita meus rumos Ao perseguir sem apuros meu próprio horizonte