Eu e o meu cavalo amarelado, esporeado pelo tempo... Há tempo andamos na procura justa De quem busca a música no silêncio amargo Dessa gente tola, que exercita a boca Mastigando a orquestração serena das curtidas cenas, Dominando as artes sem saber porquê... Eu e o meu sentido anarquisado de levar até o passado O pago imperialista das conquistas, E a pergunta impertinente de quem era a fome, o lar, A cor, a changa, a sanga e a prosáica mutação do canto, Adiante dos ouvidos surdos Dos ilustres latifúndios à tapera do Zé Ninguém... A lida é o que resulta algo melhor Depois da estação dos arrozais, A vida é a inspiração de cada voz, Cantando mais, cantando mais, (A morte é um violão ponteando o sol Além de nós.) Bis Eu e o meu campeiro envelhecer, Campereando a solidão teatina, ativa, ruralista, Dos engenhos impassíveis, moedores da consciência, Servidores da semente, que retalham terra e gente, Atrofiando a moradia dos que tentam ganhar o dia De emoção e suor...