Quando o silêncio encalha nas minhas idéias, Sobra intolerância aos guachos lambendo a miséria. Nesta intragável impaciência, teimosa e arteira, Controvérsia de sinuelos abrindo porteiras... Quando a vida amaga de forma sentida, Até a eguada relincha, rebelde e de estima, Frente à rudez do pampeiro que aos poucos resume Todo o clamor das taperas e o amor pelo lume... (Ah! costumeira razão de cada um, Tu não merece perdão algum.) Bis Quando o destino se espalha no tempo e no vento, Toda a cuscada retoça, esculhamba os pelegos, Focinha o faro do dono, a sobra da bóia Ou até o rastro do mano que ali bateu cola... Quando o aparte reparte seus versos e prosas, Dá a impressão que a saudade se esvai campo-fora, Dá tanta tristeza nos olhos que a mágoa se achega, Toma mate, conta causo, come e se deita... (Ah! costumeira razão de cada um, Tu não merece perdão algum.) Bis Quando a milonga concebe luz própria sozinha, Causa uma enchente nos olhos e inunda a vidinha, Dá um negócio na pele e um troço esquisito, Comenta o fogo, toca n'alma, ilumina os ouvidos...