Repentinamente a dor me pealou, Me molestou os olhos. Apressadamente o violão se amigou, Foi me pedindo colo. Cantador de vida brejeira Não canta besteira nem charla em vão, Manuseia os aperos da fala E espera a volteada alçar de função. Cautelosamente o mal me embretou, Me desalmando o chasque. Tinha umedecido as léguas do grão, Lavando a cor do mate. Cancioneiro de prosa caseira, Não culpa as ovelhas dos males que tem, Faz seus versos rodeado de amigos E educa os ouvidos no canto de alguém. (Ai, violão "veiaco", Eu quase me mato te amando, parceiro, Faz de conta que nesta milonga A vida se alonga na ponta dos dedos.) Bis Prazeirosamente o vento amansou, Foi me sovando as botas, Veio me tenteando o lenço e o chapéu E uns "troço" que se gosta. Quisera ter podido dormir a cavalo E fazer-me esquecer, Silencioso com a minha silhueta, Rondando as fronteiras do meu bem-querer...