Mauro da Nóbrega

Sol de Agosto

Mauro da Nóbrega


É muito calor derramando sobre a terra
Muita fumaça espalhada pelo ar
Sufocando os poros e o pulmão da natureza
Que ofegante não consegui respirar

Um riacho agonizante sem vida
Pede socorro e não recebe atenção
Lamenta e chora calado a sua dor
Pois será menos um riacho no sertão

Cadê o pequizeiro, a corriola e o cajueiro
Foram tombados pela lâmina do trator
Que sem piedade limpa a plantação nativa
Destampa o cerrado que se acaba em calor

E acabam juntos, plantas, bichos e animais
Seca a nascente que foi desprotegida
Com isso seca o riacho e o ribeirão
E o fim das águas a fonte de toda a vida

Vamos salvar a terra
Deixe o cerrado em paz
Não queime a natureza
Proteja os animais

Vamos salvar as nascentes
Pra nos salvar também
Pois se águas se acabarem
Não vai escapar ninguém