Ô,ô,ô,ô, ê, há Vejam minha gente, lá nos matagais Um facho de luz, claro que reluz Não é vaga-lume, mas um grande lume De fogo nas serras, destruindo a terra Plantas e animais Uma chama ardente, lavas de vulcão Que destrói serpentes, e outros animais E rasante voa calmo o gavião Pra pegar as presas que o fogo queima Sem compaixão Ô,ô,ô,ô, ê, há Bem-te-vi não canta, colibri não vê Uma flor pra beijar, um lugar pra pousar Água pra beber, água, água, água pra beber Só se vê fumaça e fogo na terra Onde o homem vive e mesmo assim destrói E pensa que não dói, pois não sente na pele O ardor das chamas, mas a natureza Chora e reclama Pois sem piedade, matos viram cinzas Secam-se riachos, secam-se cacimbas Aí bate a fome, aí a sede E da visão do verde, nada além De recordação Ô,ô,ô,ô, ê, há