Entrego a alma de bandeja a quem quiser pechinchar Não vou ficar no ora veja atrás de colher de chá Biscate e bico tá bom? Se tá! Tá pra lá de bom! Tô lá! Se eu perco o fio da meada o fim do mês me destrói Eu não nasci pra rei, sou rato, e nessa é o rei que me rói. Difícil é ter que bancar herói Sem pestanejar. Se dói! Perdoa amor Se empenho o meu coração é que eu não tenho um tostão E a prestação me enforcou Vendo assim nosso amor Parece que não tem fim No fundo é calça de brim Em banca de camelô. Virá laje no calô /Vendê pilha, dá no pé /Fazê ponta no pornô /Mandá bala na ralé Levá trouxa, sacolé /Perdê vaga pra robô /Passa fome, vê qualé /Cumê filme da tevê Tô batalhando algum trocado enquanto o mar não da pé Até cortando um bom dobrado ando passando o boné Cansei de caraminguá, pois é Vou terceirizar a fé. No meu pagode até sardinha de balcão manda jazz E quem não pode entrar na minha mete a mão pelos pés Tem que se globalizar demais! E tem que suar por dez! Desculpe amor Se eu fico aqui com você Tô me arriscando a perder Um trampo que já pintou. Aliás tanto amor Carece de marquetim Ando freelance de mim Nosso romance acabou, vou nessa! Dançá funk prabalá /Ganhá troco, capilé /Suá sangue sem chiá /Batê palma pra mané Sonhá fama sem jabá /Tocá pente no metrô /Vivê fora do lugá /Virá gente e acabô!