Meu coração parece até que te adivinha Facão na bainha, aluvião Luz do sol que na casa de farinha Desenha aleluia ao rés do chão. Minha certeza tem um quê de coisa viva Uma casa caiada e a outra não A cacimba roubada na saliva Uma reza que lesa a escuridão. Pela porta da frente a natureza Riqueza de uma parede nua Ecoa por todo quarto e sala A fala de uma beleza crua. Essa roupa que quara uma semana Essa cama de palha inda vazia Essa cria que mal nasceu, desmama E uma lua que sai no meio-dia. A vida franzina ensina grandezas: A água salobra precisa do mar. Meu coração parece até que se desfia Friagem na laje, aparição O feijão no fogão de alvenaria Uma nuvem de areia em procissão. É que a saudade quer o mel da maniçoba A sombra do santo, a redenção Um pedaço de nada as vezes sobra O começo de tudo, intuição. Pela porta da frente ... ...sai no meio-dia. A vida franzina ensina grandezas: A água salobra precisa do mar.