Chegou o xodó da baiana que vende quitute Um crente safado que diz que é carente Pra viver as custas do acarajé. Ele sabe Que aquela baiana tem coração quente Então lança nela um olhar de indigente E ela garante seu troco pro mé. Ele diz Que a grana é pro dízimo da Universal Que o bem assim vence a batalha com o mal Quem for mão de vaca não entra no céu. A coitada Depois de um dia de pura labuta Sequer desconfia que alí só tem truta E que está fazendo tão triste papel. Satisfeito Ele abre o boteco as seis da matina Mistura cachaça, licor, calibrina Sinuca pra ele é religião. Ele gasta O larjan da baiana em jogo e bebida Mas diz que não mente pra ganhar a vida Porque sempre deixa a do santo no chão.