Não adianta tentar segurar o choro Conter, calar, guardar, deixar estar pra sempre O fim do pôr do Sol, um par de olhos vermelhos Pesar o que o coração sente Cantar baixinho soluçando de joelhos Não adianta tentar segurar o choro Brecar o fim de um filme, o fim de um namoro O amor será mais belo ao se mostrar finito Vem cá chorar cantando Depois da noite o dia voltou mais bonito Não adianta tentar segurar o choro Vazio, avesso, ateu, tambor sem nada dentro Apenas nada mais que só um instrumento Ecoa no salão imenso O uivo de um navio apita o seu lamento Não adianta tentar segurar o choro Tudo o que se sente é santo Tudo quanto é sopro é bento Não adianta tentar segurar o choro Canta em minha flauta o vento Dor de tudo quanto é peito Não adianta tentar segurar o choro Vem de tudo quanto é jeito Samba em tudo quanto é canto Tanto mais o desencanto Mas ele será perfeito