Sei que o dia inteiro é fossa E a noite você engrossa E me bate por prazer E quando vê o erro marcado No meu corpo acentuado Se desculpa e mostra a cama Me demito desse cargo Cuspo fora o gosto amargo Me desfaço desse drama Essa certeza à minuta A minha vontade furta De chamar isso de lar Sei que a minha conduta Frustra te amputa Prostra te executa Amor me escuta A sua vontade bruta Me queima feito cicuta É um cajado violento Arranque dos olhos o seu embuste A alma no corpo ajuste Que suporta o meu tormento Você faz do grito a sua senha Que me retalha e me desenha Até o ódio em mim ferver Você anda no rastro de minha trilha E me morde na virilha E deixa os amigos ver Que esse amor que tanto vinga Vive febre e forte íngua Um rebento desvairado Já não durmo só viro pro lado O nosso amor ficou cansado Feito astúcia de minha língua Eu sustento a casa há mais de ano Faço o jogo e passo o pano Só pra não te aborrecer Me sinto na forma do desleixo Feito um caminhão sem eixo Um veneno a contorcer Este homem me consome Me jogou um sobrenome Nada mais soube dizer Largo a sua vida agora mesmo Levo o meu destino vesgo Nem a cama vou fazer