Vendo o amanhecer numa serra, refrescando a vida faço a reza E alembro o Baião a reinar, no tempo que Luiz aboiava no meu Juá De tanto amor curto na tua sombra, histórias contadas por quem me ama E espera pra quando rever, matar a saudade contida naquele lengo-tengo... Sigo o entardecer nessa sombra, arriscando a sede que avança Entrego a saliva ao querer, devorar o doce dos verdes canaviais Reconhecidos por sua beleza, que acenam pra os ventos, voam carcarás Atentos pra reconhecer os inconfundíveis apelos daquele Lengo-tengo... Sigo o anoitecer para amar, num fresco sereno hei de encontrar O reconhecido aboiar, o brilho do velho Gonzaga no seu luar Cai sobre as velas e os candeeiros, ardentes donzelas de fogo alheio Tarefas de um nobre Sertão, baiões inspirados nas lendas daquele LENGO-TENGO...