Sou, o lavrador que fez, rude e bisonho A sementeira luminosa e rara Do trigo louro e rútilo do sonho Sonho lindo que a nada se compara Não reparou o labor triste e enfadonho Regou, chorando, a terra que lavrara E de alma ingênua e coração risonho Esperou confiante o Sol da seara Passados os trabalhos e os tormentos Quando aguardava a messe, jubiloso Numa grande esperança insatisfeita Eis que aparecem os arrasamentos E o pobre, desgraçado e desditoso Perdeu tudo no instante da colheita