Toda a dor que na vida padeceres Todo o fel que tragares, todo o pranto Ser-te-ão como trevas, e, entretanto Serás pobre de luz se não sofreres É que dos sofrimentos nasce o canto De alegria dos mundos e dos seres Pois que a dor é a saúde dos prazeres O hino da luz, misterioso e santo Doma o teu coração, e, no silêncio Foge à revolta, humilha-o, dobra-o, vence-o Chorando a mesma dor que o mundo chora Abre a tua consciência para as luzes E, no mundo que o mal encheu de cruzes Do Bem encontrarás a eterna aurora