Na eterna luz - Casimiro Cunha (Espírito) Quando parti deste mundo Em busca da Imensidade A alma ansiosa da Verdade Do azul imenso dos céus Fugi do pesar profundo Lamentando os sofrimentos As mágoas, os desalentos Confiado no amor de Deus Mal, porém, abrira os olhos Em meio de luzes puras Nas radiantes alturas Em célico resplendor Compreendi que os abrolhos Que a Terra me oferecera Eram mesmo a primavera Do meu sonho todo em flor Disseram-me então: – “Ó crente Que chegais a estas plagas Fugindo das grandes vagas Do mar revolto das lutas Aportai serenamente Nesta estância do Senhor Pois aqui existe o amor Nestas almas impolutas! Aqui existe a pureza A meiga flor da Bondade O aroma da Caridade Perfumando os corações Não se conhece a torpeza Da lâmina – hipocrisia Que mata toda a alegria Provocando maldições Aqueles que já sofreram No dever nobilitante Cujo peito sempre amante Só conheceu dissabores Aqueles que conheceram As feridas dolorosas Dessas mágoas escabrosas De um triste mundo de dores Encontram nestas moradas Tão formosas, resplendentes Os clarões resplandecentes De afetos imorredouros! As almas imaculadas São flores das boas-vindas Luminosas, sempre lindas Ofertando-lhes tesouros Os tesouros peregrinos Formados de amor e luz Do Mestre Amado – Jesus Arauto do Onipotente Os reflexos divinos Quais lírios iluminados Alvos, belos, deificados Penetrarão sua mente Acordai, pois, ó vivente Contemplai-vos nesta vida Que vossa alma ensandecida Procure a luz que avigora O Senhor sempre clemente Concede-vos neste instante A bênção dulcificante Do seu amor – doce aurora Sacudi o pó da estrada Que trilhastes na amargura Pois agora na ventura Fruireis consolações Nesta esfera iluminada Que aportais neste momento Não vereis o sofrimento Retalhando os corações Só vereis clarões de luz A despontar nestas almas Tornadas em belas palmas Das mansões do Criador! Bendizei, pois, a Jesus O Mestre da Caridade O Luzeiro da Bondade O grande Mestre do Amor!” Então, eu vi que na Terra Em meio da iniqüidade Na tremenda tempestade Das dores e expiações A nossa alma que erra Tão longe das grandes luzes Só aproveita das cruzes Das amargas provações Venturoso, abençoei A dor que amaldiçoara Que renegar eu tentara Como os míseros ateus E feliz então busquei As bênçãos, flores brilhantes Alvoradas fulgurantes Do amor imenso de Deus