Abri minha alma para os sofredores Na vastidão serena dos espaços Eu que na terra tive sempre os braços Presos à cruz tantálica das dores Epopéias de sons e de esplendores E os prazeres mais pobres, mais escassos E o mistério dos célicos abraços Dos perfumes, das preces e das cores Tudo isso não vejo e vejo apenas O turbilhão das lágrimas terrenas Taça imensa de gotas amargosas! Da piedade e do amor eu trago o círio Para afastar as trevas do martírio Do silêncio das noites tenebrosas