Muitas vezes sonhei na terra ingrata O paraíso doce da ventura Vendo somente o espinho da amargura Que as nossas tristes lágrimas desata Somente a dor intérmina que mata A alegria mais lúcida e mais pura O veneno da acerba desventura Que fere em nós a aspiração mais grata Se apenas vi, porém, a mágoa intensa Que rouba a luz, o amor, a paz e a crença É que a dor da minhalma em tudo eu via E aumentava minha íntima tristeza Vendo em tudo, na própria natureza A mesma dor que eu tanto padecia