Anda a Fortuna por uma praça Fala à Ventura com riso irmão E mais adiante topa a Desgraça E altiva e rude lhe esconde a mão Vaidosa e bela, dá preferência Ao torpe egoísmo acomodatício E entre as virtudes, na existência Escolhe sempre flores do vício E assim prossegue na desmarcada Carreira louca do vão prazer Como perdida, e já sepultada No esquecimento do próprio ser Depois, cansada e já comovida Quando só pede luz e amor Acorre à Morte por dar-lhe a Vida E vem a Vida por dar-lhe a Dor