Depois de bater de porta em porta A noite inteira, asfaltando a dor pequena Se a travessia afoga, o fim vale a pena Sou teu poema em bolso alheio, teu algoz Depois de provar tardiamente Que te quero e não quero vou seguindo Pontilhando a madrugada de destino Com as cinzas do amanhã Você me caça, me ameaça Bebe da taça meu gosto ruim E me atiça de gota em gota E me adoça pra beber no fim