Viajando pela noite tá amanhecendo E vou te contar o que tá acontecendo Espero o trem e ele não vem Olho pro lado e não vejo mais ninguém São duas, três horas e o tempo vai passando Longe de casa e vou me preocupando Bolso vazio, só um passe no bolso Mas tô de boa, sem nenhum desgosto Às vezes, escolhemos o caminho que vamos percorrer Mas temos que ter garra e muito proceder Olho pro lado, uns tão jogados Vida dura de rua, uns já tão acostumados Tão acostumados e a vida vão levando Violão de quatro cordas, eles vão tocando Sento num canto e não digo quem eu sou Com Deus na frente seja onde for Sento num canto e tento dormir Esperando, já a uma cota, espero a estação abrir São três e pouco e escuto um violão Me aproximo e vejo que são irmãos Sem dinheiro, sem casa, uns pensando nos filhos Na medida do possível, todos estão tranquilos Tomando Sol e chuva e morando ao relento Mas vão em frente não vejo lamento Me perguntam quem eu sou? Digo: Mauricião Na noite perdido ainda encontro amigos Tô aqui de novo relatando um acontecido