Acordo de manhã e abro a janela Minha quebrada! Minha favela! Como eu milhares de pessoas Moram aqui e tão de boa Acordam bem cedo e vão trabalhar Se não tem emprego, vão procurar Carteira assinada é coisa rara Um bico aqui e ali e traz feijão pra casa De certa forma cumprem o seu papel Se não encontram nada vão vender papel Fazem bolo em casa e vão vender Venda porta a porta pra sobreviver São seguranças são taxistas Bancas de jornais são diaristas Com criatividade vão respeitando toda gente Alguns são estudantes, outros de sangue quente E dizem por aí: O país está crescendo E o povo daqui vai sobrevivendo E o povo daqui vai sobrevivendo