São milhões de casas sem rebocar, uns tão trabalhando Outros tão sem trabalhar, e aquela mina que tá amamentando Foi mãe bem cedo, nem tinha 11 anos, o pai da criança Dizia que a amava, mas na hora da responsa, pegou a estrada Aqui a maioria se vira como pode, geração Facebook, YouTube, ipode Era digital, mas será que é pra todos, hd TV mas parede sem reboco Do smartphone, livros escritos na pracinha, uns cabelo black outros Preferem a chapinha Não e nada bonito e muita incerteza, uns carrinho cheio, outros nada na mesa Saneamento só pra alguns, isso é um fato, falta de esgoto será que a culpa é Dos ratos, uns fazem greve pra ter salário descente, uns perdem no fogo Outros perdem na enchente, o povo trabalha mas não colhe o que planta Isso me revolta me dá um nó na garganta, uns vão pro arrebento e não é só o tédio Enquanto isso, vão caindo os prédios Notícia de primeira mão, um desabafo, um grito Pode acreditar, não é lenda, nem mito Midia nossa de cada dia continua maquiando O importante é vender o que tão anunciando Periferia em destaque, só com crimes daqueles E não param de falar durante anos e meses, a ong Da quebrada não aparece nos jornais Só a dos banqueiros aparece e coisa e tal, e contra O desemprego a palavra é empreendedor Ao invés de explorado, você vira exportador Você vira patrão mas não aumenta o salário Hoje começa a greve dos seus funcionários