Poucos têm muito, muitos têm fome Passam por isso mesmo com sobrenome Ninguém escolhe onde vai nascer Onde vai estudar, onde vai crescer Vocação e talentos, eu vejo de montão Mas vejo também corpos na estação Poucos ternos, muitos esfarrapados Poucos vestidos, muitos descalçados Eu sou poeta por decisão E vejo-me no planeta com preocupação Na minha vida e poesia tento ser verdadeiro Sem querer abraçar o mundo inteiro Pois estou atento e sei da força do dinheiro Não sei se posso amenizar o meu, o seu lado Só posso gritar Casa e comida pro flagelado! Casa e comida pro flagelado! Casa e comida pro flagelado! Mudar ninguém sabe, mas podemos ter talento E tentar fugir do caos, se chegarmos a tempo