A noite vem pousando devagar Sobre a terra que inunda de amargura E nem sequer a bênção do luar A quis tornar divinamente pura Ninguém vem atrás dela a acompanhar A sua dor que é cheia de tortura E eu ouço a noite imensa soluçar E eu ouço soluçar a noite escura Porque és assim tão escura, assim tão triste? É que talvez, oh noite, em ti existe Uma saudade igual à que eu contenho Saudade que eu sei donde me vem Talvez de ti, oh noite, ou de ninguém Que eu nunca sei quem sou nem o que tenho