A martinha pensava que nasceu para rainha Não queria trabalhar e nem lidar na cozinha Suspirava de manha, resmungava de tardinha Dinheiro e cidade grande era aquilo que queria Eu já disse compade que essa ai só quer saber de ficar no desfrute Num tem jeito não Todo sábado rezava dando volta na pracinha Carruagem e aliança, seu príncipe surgiria Beijaria a sua mão, um perfeito cavalheiro Pegaria em seus braços, levaria pro seu reino Isso é a toa Fica ai rodando que nem barata tonta Foi em sete de setembro queira independência Martinha pós uma saia que era uma indecência Confessou ao santo antonio em quem tinha muita crença Com a boca toda pintada e acabou sua paciencia Ara que pouco vergonha so Que pecado pra boca de homem Ate que chegou na vila uma coisa nunca vista Um carro todo vermelho, importado do estrangeiro Saiu um diabo loiro, mas que homem mais estranho Falava todo enrolado, parecia italiano Oia la compadre que monza é isso Tão dizendo que é o tal de chupa cabra Agradeceu ao santo com o coração palpitando Arrumou o seu decote, foi logo se apresentando Diabo loiro disse a ela que é empresário paulistano Convidou pra umas voltas martinha foi aceitando Ih, num tá me cheirando bem essas historias Que santo antonio tenha piedade Diabo loiro e martinha se foram no mesmo dia A trabalhar no cinema, ter a vida de artista Fez uns filmes desaforado, com todo mundo pelado Dançava numa boate, pra ganhar uns trocados Que coisa ein so Nao é que a dita virou estrela É mesmo, tem um filme bom dela lá no cinema do seu oscar Martinha descobriu qual era a sua vocação Tem seu pôster pendurado em todos os caminhão E neles tinha escrito uma frase engraçada Martinha a rainha a sensação das estradas Ei so Requenguela