[MATILDA] Às vezes, eu penso, cogito Se o verde que eu vejo na minha cabeça É o mesmo que o verde que está na sua mente Se é o mesmo tom ou depende Será o mesmo tom? E se quando viajamos na velocidade da luz Segurando uma luz A luz fugiria mais rápido na urgência da luz? O que pode até ser O que eu quero dizer Eu não sei, mas talvez eu deva assumir Se não sou diferente de todos aqui As minhas questões são assim infinitas Histórias que já me aparecem escritas E quando eles gritam, e como eles gritam Na minha cabeça, o barulho é infernal Se eu pudesse calar só um pouco os meus pais E o som da TV me deixasse em paz Me desculpe, se eu não me faço entender Mas o som vira raiva e começa a arder Normalmente, o ardor vai ficar pra trás Mas tá forte demais Cada grito ecoando Meu peito, Apertado Meus olhos, queimando Eu puxo o ar e então tudo fica Calmo Silêncio que não é silêncio Um parado que é calmo Como o som de uma página ao se virar Ou uma pausa ao ir caminhar Calmo Silêncio que não é silêncio Um ambiente mais calmo Como o som de deitar com a cabeça no chão E escutando só o seu coração E as pessoas em volta Mexendo as bocas Mas suas palavras Não irão me alcançar Tudo está calmo No coração Pois cruzei O olho do Furacão