Pacholeio Pacholeio meu bragado, Redomão de boca atada Com olhos de madrugada E o pelo da noite escura; Manso pro andar da “chirua” Que trouxe embaixo do poncho Depois de um baile de rancho Benzido com a luz da lua... Pacholeio a flor vermelha Que “olfateei” preza na trança Enquanto floreava a dança, Com feitiços de candeeiro; Som de guitarra e pandeiro, Com resmungos de alpargata E um grito de “outra volta” Pra chamarra do gaiteiro. Pacholeio o lenço branco Bem atado a meia espalda Por “galhardão” ou por balda, Por ser gaucho, bem pilchado; Jaleco escuro, bordado Adaga de prata e ouro E estrelas pintando o couro, Nas manchas do meu bragado. Pacholeio algum “silvido” Na volta dum corredor Onde o sereno e a flor Bailam o silêncio das horas; E uma coruja “pachola” Assombra quem quer cruzar, Com um “encarnado” no olhar E um canto claro de esporas. Pacholeio meu bragado Com olhos de madrugada, Redomão de boca atada Que pra “chirua” floreio; Na noite dos meus arreio Que trago embaixo do poncho Depois de um baile de rancho Benzido num “Pacholeio”.