Até parece que o mundo Desaba num tempo feio Rumor de pata e relincho Em rédea partida ao meio Uma açoita malacara Lá na porteira do passo Deixou de a pé o Nicássio E disparou com os arreios Mas o amigo Nicássio Há muitos dias na estância Tinha sua alma inquieta Mais uma tropa de ânsias Pôs atenção no palheiro E não teve o que fazer Ao ver a zaina correr Ganhando campo e distância O cavalo me diz coisas Até mesmo disparando O seu bater de cascos no chão No meu ouvido ecoando É minuano que sopra E vem no couro calando É taura e guitarra campeira Em polca se desmanchando Eu me criei escutando Aquele mais escolado Tem o que pisa na rédea Da boca tá estragado Pode só bolear a perna Seja em porteira ou picada Garantir sempre a pisada Trazer o galo agarrado Com o picaço na anca Dobra os pelego pra trás Barbela de freio E a pé o capataz Daquele tropeu de cascos Trago o terreno a malina Vir a espelhar na retina Um vulto que se desfaz