De culhera e boleadeiras bem atados na cintura Num mouro flor de pintura, destopeteado tosado a cogotilho Enforquilhado a lombilho Dom José mostrava a estampa Bronzeada ao Sol da fronteira e a pura essência campeira Do sangue nobre da pampa Pra quem ganha ou por regalo Os parronais da fronteira Teve o batismo de guapo Nas catedrais galponeiras Remalhando apelos e vida Nas estâncias da fronteira Se fez vaqueado da pampa Indo de um pago ao outro Empurrando tropa rena Pra força de encontro Embuçalou seu destino Quebrando queixo de potro Nunca refugou serviço Ao recorrer algum posto Contra o rigor inverneiro Toldava um poncho bilontra Trompando muito afrontes Toreando as águas do agosto Trazia no seu tirador Algum risco de manotaço Manchas de sangue, creolina Marcas de chuva e mormaço E o sinal de muitos pealos Que escorou o golpe do laço Dos arreios fez seu catre Para pousar campo afora Rondando quartos de Lua Só pra acordar as auroras Com talarear de cincerros E serenatas de esporas Sorveu os últimos anos Estribado as invernadas Até o luzeiro* da alma Se apagar no fim da estrada Pra renascer numa estrela Refletida entre as aguadas