A cruz faz vigília na boca do passo Ao andante que cruza de marcha batida Tapera de campo de sombra estendida Guardando segredos nas ruínas e traços O rancho solito voltou-se pra terra Aos pés de outra cerca de mouras calçadas Porém a tapera parece habitada Em sua penúria de sobra de guerra Ficaram receios ao passo da cruz Envidando risadas do ermo da grota Se olvidou sete palmos de chão "yace" a morta E sua alma vagueia num vale sem luz Conhecida de todos, a velha das rezas Com mãos de bruxeira e crença divina Benzedeira de esporas dos índios das crinas Que arriscavam a vida nos baguais malevas Morreu quando a alma fugiu-lhe de casa No aceso da Lua assombrando as paragens Daquela que o medo enredou nas ramagens Quando um vento fantasma tem garras e asas Hay quem jure verdades com seus argumentos E ganhou o rincão a tapera assombrada Da invernada do passo da cruz encravada Os campeiros recorrem de olhos atentos A cruz faz vigília na boca do pasto