Nossa herança é preta e amarela Na apoteose da favela, Clementiano com swing irreverente Hoje tem festa na são clemente Quem somos nós? Miscigenados da folia Reféns de uma cidade a se limpar Canudos vive como espelho de um lar A necessidade em nossas mãos Arquitetando a união Faz do compasso, um novo traço Desperto no raiar da madrugada E sobre trilhos, improviso a batucada Na desilusão do dia-a-dia A esperança se transforma em poesia Pode me bater, daqui não saio não Pode me prender, usar a repressão "Eu tô ligado" na nossa diferença A voz do povo é mais forte do que pensa Nessa gangorra da vida Tem muita gente se perdendo na ilusão Falsa promessa bandida Que rouba sonho pela força da ambição Mas quando à noite a lua chegar Reúne essa gente que veio sambar Estrela de um silva a surgir Diversidade que nos move a unir Numa central de luta e vitória Se misturando a nova história Convido a cidade pro meu carnaval E vivo "mais um ano especial"