O corpo não cicatrizou Nem sai dos olhos tamanha tristeza A dor que a mente nunca esquecerá A falta de pão sobre a mesa No prato só indiferença No copo a dose da desilusão Mastigo o pão que o diabo amassou A incerteza é a digestão Ah! Eu vou Lá vamos nós mudar a sorte desse chão Ah! Eu vou Por um destino Nordestino cidadão E surgem novos paus-de-arara Quem sabe um retirante do Inhamuns Pra ser um novo passarinho urbano Errante nas ruas do sul Com fome e sede de justiça Nordeste indignado eu penso em ti A etiópia também é aqui Somália também é aqui A nós não cabe mais humilhação Aos governantes só uma certeza As regras desse jogo mudarão Ou então a gente vira a mesa Depende somente de nós Brotarmos novos passos nesse chão E dele ver nascer nova semente De um nordestino cidadão