Nasci condenado a dar espetáculos de sangue Cresci onde a inocência moral é perdida com pólvora na mão Pra anunciar o bangue, alertar a gangue, os irmão, Que de ferro na mão não pensam em trégua velada, nem paz anunciada. Carreguei o peso do mundo a cada terror Nunca sorri ao enfiar o cano em nariz de doutor Chorei e rezei pedindo o perdão não merecido pro nosso senhor Sonhei com sorrisos, amor e de baixo do braço uma maleta de trabalhador Mas acordei com a maleta do avião Mais uma fita dada pra cumprir com apetite Seguindo ligeiro pra tentar mudar a estatística De não ser só mais um moleque que não chega aos vinte Só que estatística é estatística E eu sou só mais um protagonista De outra história que se repete, De um destino trilhado à risca... Recebo meu punhado de terra e o caixote de papelão Pra cobrir o corpo desfigurado de balas Só mais um indigente, pobre, ladrão...