Martinho da Vila

Vila Isabel 2016

Martinho da Vila


Meus olhos ficavam rasos d’água
A seca minha alma castigava
O sol queimava e rachava o chão
Até os carcarás sofriam no sertão
Cresci sonhando renovar os sonhos
Revitalizar a vida
Que se equilibra sobre palafita

Dar pra gente mais sofrida
Dignidade e amor
Dignidade, amor

Acordei o campo para haver justiça
Com o futuro santo, belos ideais
Despertei o povo para um novo dia
Brotou esperança nos canaviais

Com ternura lhe chamavam... Pai arraia
Onde arrecifes desenham a praia
Um sentimento no coração
No pensamento, soluções reais
Liberdade se conquista, com educação
Juntando artistas e intelectuais

Pra fazer a cartilha no cordel
Ensinar abraçar à profissão
Buscando na arte a inspiração

Tão bom cantarolar
Me emocionar, estar aqui
Pra ter na avenida
O valor da mensageira vila
Gente aguerrida que defende a tradição no seu lugar
Um movimento de cultura popular

Vem dançar o frevo e a ciranda
Silenciar jamais
Tem maracatu na batucada
O galo da madrugada
Misturando carnavais