Meus olhos ficavam rasos d’água A seca minha alma castigava O sol queimava e rachava o chão Até os carcarás sofriam no sertão Cresci sonhando renovar os sonhos Revitalizar a vida Que se equilibra sobre palafita Dar pra gente mais sofrida Dignidade e amor Dignidade, amor Acordei o campo para haver justiça Com o futuro santo, belos ideais Despertei o povo para um novo dia Brotou esperança nos canaviais Com ternura lhe chamavam... Pai arraia Onde arrecifes desenham a praia Um sentimento no coração No pensamento, soluções reais Liberdade se conquista, com educação Juntando artistas e intelectuais Pra fazer a cartilha no cordel Ensinar abraçar à profissão Buscando na arte a inspiração Tão bom cantarolar Me emocionar, estar aqui Pra ter na avenida O valor da mensageira vila Gente aguerrida que defende a tradição no seu lugar Um movimento de cultura popular Vem dançar o frevo e a ciranda Silenciar jamais Tem maracatu na batucada O galo da madrugada Misturando carnavais