Quem chuleia a verdade Alinhava sem atar Ai, coitado, errado nasceu Pois se engana quem mente ao seu eu Quem falseia e se nega Se tropeçar ao negar Se encharca no lodo Se ateia mais fogo Quem mente carrega Às cegas penar Qual seda falsa, a mentira não convence Pois mais dia, menos dia A verdade chega e vence Bom cerzideiro jamais cose sem amor E eu não uso sinhaninha Que não tenha algum valor Quem descose a realidade Falsidade quer vender Ai, que pena de quem borda o mal Se aconselha ao menos um dedal Minha mão no fogo por você não vou botar A mentira é um remendo E a verdade vai ficar Meu lado negro pra você é um açoite Quanto mais eu me ilumino Pra você eu viro noite Ai, que pena de quem cose o mal Se aconselha ao menos dedal Retrós e linhas, eu pesponto a minha dor O tecido era bem frágil Se puiu e se rasgou E o amor é o amor do próprio amor E o amor que pinta e borda E recose o próprio amor Convivo com a Alaíde Costa desde o tempo da Água Santa, Chave de Ouro, Aprendizes da Boca do Mato. Fiquei emocionado quando ela cantou o Retrós e Linhas numa festa negra no Circo Voador, com a mesma emoção registrada em disco. Um beijão, Chuvisca. Tomara que você goste da recriação.