Martinho da Vila

Cravo Branco

Martinho da Vila


Saiu de casa
De terno tropical
Camisa creme
Lenço e gravata igual
Jantou e saiu
Satisfeito
Antes da meia-noite
Morreu com um tiro no peito

Ela lhe deu um cravo
O outro se ofendeu
Ele olhou o revólver
Dava tempo e não correu
Dobrou os joelhos
Sobrou no chão
Dois olhos redondos
E o cravo branco na mão
Ai, o pobre
Caído no chão
De bruços no sangue
E com o cravo branco na mão