Martinho da Vila

Bacamartes do Sergipe

Martinho da Vila


Aqui não tem areia
Areia só tem no mar
Chora nenem
Seu amor vai lher deixar
Oi deixa chorar 
Pobre é quem nasceu sem sorte
Na maré do camarão
Quanto mais carinho faz
Mais recebe ingratidão
Oi deixa chorar
Aqui não tem areia... 
Em Aguada no Sergipe
Vi cantar e vi chorar
Eram dois amantes juntos
Com pena de se partar
Ci, deixa chorar 
Sinhá é hoje
Que a paia da cana voa
Sinhá é hoje
Que ela tem que avoar 
Se lá no canavial
Ouvir um grito de dor
E depois uns choramingos
Foi a paia que voou 
Sinhá é hoje... 
Eu nasci com muita sorte
Na maré do caranguejo
Quanto mais amor eu faço
Mais aumenta o meu desejo
Quero ver queimar carvão
Quero ver carvão queimar
Quero ver queimar carvão
E a poeira levantar 
O fogo quando se apaga
Na cinza deixa o calor
Meu coração tá quentinho
Porque é namorador 
Quero ver queimar carvão... 
Meu fogo quando se acende
No inverno faz calor
Seu coração é de outro
E eu não sei de quem eu sou 
Quero ver queimar carvão...