Martinho da Vila

Rosinha dos Limões

Martinho da Vila


Quando ela passa 
Franzina, cheia de graça
Há sempre um ar de chalaça
No seu olhar faceiro
Lá vai Catita
Cada dia mais bonita
E o seu vestido de chita

Tem sempre um ar domingueiro
Passa ligeira, alegre, namoradeira
E a sorrir pra rua inteira
Vai semeando ilusões
Quando ela passa
Vai vender limões à praça
E até lhe chamam por graça
A Rosinha dos Limões

Quando ela passa
Junto da minha janela
Meus olhos vão atrás dela
Até ver da rua o fim
Com ar gaiato
Ela caminha apressada
Rindo por tudo e por nada

E às vezes sorri pra mim
Quando ela passa
Apregoando os limões
A sóso com os meus botões
No vão da minha janela
Fico pensando
Que qualquer dia por graça
Vou comprar limões à praça
E depois caso com ela