Olhando nas ruas Só vejo pessoas Vazias e nuas De coisas boas Sorrisos fechados Olhar transparente Corações magoados De amor tão carente Carcaças humanas No mundo jogadas O soco da vida Não é brincadeira Um golpe apenas Tá tudo acabado A montanha também Se transforma em poeira Se o passarinho quebrasse a gaiola E o fogo queimasse essa mão traiçoeira Se o vento jogasse essa lágrima à toa Lá no fundo da gente apagava a fogueira Se os nossos meninos não fossem tão tristes Fechados nas sombras dos nossos quintais Se a sabedoria dos nossos velhinhos Transformasse em flores todos os espinhos O amor nos faria meus animais Olhando e do mesmo Me sinto sozinho Amigos são coisas difíceis demais Em volta das mesas os inimigos Sedentos famintos e pedindo mais Raposas e lobos vão se devorando Quebrando correntes em lutas mortais Aquele que fere e acaba esquecendo Que perante Deus somos todos iguais