As mãos que afagam teu corpo Também te curam feridas A mesma boca que beijas Serviu de aviso às intrigas Contigo lavrei estas terras Com meus braços de alegrias Não abro mão dos meus dengos Buscando minha alforria Sem minha apagas teu fogo E teu gozo de viver Sou feita do mesmo barro Também quero este prazer Matei a sede que tinhas Tomei as tuas canseiras Plantei, pari, fui teu poso Não sou rama, sou figueira Me enfeito pro teu agrado Me entrego se me acarinhas Me nego se vem de esporas Me querendo por bainha Por certo não fui criada Apenas para ser fêmea Ou pra enfeitar teus fogões Quero ser tua alma gêmea Por certo não fui criada Apenas para ser fêmea Ou pra enfeitar teus fogões Quero ser tua alma gêmea