Reza-te a sina nas linhas traçadas na palma da mão Que duas linhas se encontram cruzadas no teu coração Sinal de amargura, de dor e tortura, de esperança perdida Indício marcado de amor destroçado na linha da vida E mais te reza na linha do amor que terás de sofrer O desencanto do leve frescor de uma outra mulher Já que a má sorte assim o quis e tua sina que diz Que até morrer terás de ser sempre infeliz Não podes fugir ao negro fado mortal, ao teu destino fatal Que uma má estrela domina Tu podes mentir às leis do teu coração Mas nem quer queiras, quer não, tens de cumprir a tua sina Cruzando a espada da linha da vida traçada na mão Eis uma cruz, a feição mal contida que foi uma ilusão Amor que, em segredo, agiu quase a medo pra teu sofrimento E foi essa a imagem que é dada a miragem do meu pensamento E vais ainda tão rés ao destino que tens de amargar E a tua estrela de brilho divino deixou de brilhar É a estrela de Deus que marcou, mas que bem pouco brilhou E cuja luz, aos pés da cruz, já se apagou.