Anda o povo acelerado Com horror à palmatória! Por causa dessa lambança Da vacina obrigatória Os magnatas da sabença Estão teimando dessa vez Em meter o ferro a pulso Bem no braço do freguês E os doutores da ciência Vão deitando logo a mão Sem saber se o sujeito Quer levar o ferro ou não Seja moça ou seja velho Ou mulatinha que tem viço! Homem sério, tudo, tudo Leva ferro que é servido Bem no braço tudo é pouco Chega o tipo e logo vai Enfiando aquele troço A lanceta e tudo o mais! Mas, a lei manda que o povo E o coitado do freguês Vá gemendo na vacina Ou então vá pro xadrez! Ouça um caso sucedido Que o negócio tudo logra O doutor foi lá em casa Vacinar a minha sogra A velha como uma bisca Teve um riso contrafeito E peitou com o doutor Bem na cara do sujeito! E quando o ferro foi entrando Fez a velha uma careta Teve mesmo um chilique E eu vi a coisa preta! Mas eu disse p'ro doutor Vá furando até o cabo! Que a senhora minha sogra É levada do diabo! De um casal de namorados Eu conheço a triste sina Houve forte rebuliço Só por causa da vacina! A moça que era inocente E um pouquinho adiantada Quando foi p'ra pretoria Já estava vacinada! Eu não vou nesse arrastão Sem fazer o meu barulho Os doutores da ciência Terão mesmo que ir no embrulho! Não embarco na canoa Que a vacina me persegue Vão meter ferro no boi Ou no diabo os que carregue