Teu olhar tem um mistério Que eu não posso interpretar Teu olhar é um cemitério Todo cheio de luar Quando induzes a piedade “São as cruzes da saudade! ” Tens um ato de maldade Mas tens dos astros o candor Amo ouvir teu lábio pulcro Ternos ais despetalar Como um anjo do sepulcro Junto à cruz a soluçar Dá-me a calma no teu canto Vê que est’alma é um campo-santo No teu peito, olha, repousa Marmórea lousa desse amor Quando a tua mão descansa No teclado a palpitar És o gênio da esperança Que me vejo apoquentar Dá-me a calma no teu pranto Vê que est’alma é um campo-santo Nesse peito teu repousa Marmórea lousa desse amor